Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF
Evento realizado no CEM 02 de Ceilândia discute a cultura de paz nas escolas
Na adolescência, o filho de Vanessa* começou a fazer uso de drogas entorpecentes. “Não percebi, só o alertei quanto aos colegas com quem ele estava andando”. A revelação só ocorreu anos depois, quando foi abordada pela polícia. O filho havia assaltado uma joalheria e as joias foram encontradas em seu apartamento. “Perdi o chão. Ele foi preso, a namorada estava grávida, na época. Não viu a filha nascer, deixou os projetos na igreja, abandonou a escola. As drogas destruíram minha família”, conta comovida.
A fim de contribuir para a prevenção e o enfrentamento de casos como esse, uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação do DF (SEEDF) e a Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejus) promoveu o lançamento do “Programa Drogas: prevenção e ação”, nesta quinta-feira (27), no Centro de Ensino Médio 02 de Ceilândia, durante o I Seminário de Enfrentamento às drogas nas escolas.
A ação, voltada para a formação de orientadores educacionais, psicólogos, pedagogos, coordenadores pedagógicos e conselheiros tutelares abordou temas como Drogas e sociedade; Adicção e legitimidade; conselho tutelar e família no enfrentamento às drogas, dentre outros. Houve a apresentação de painéis de diversos especialistas, como o psicólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Henrique Antunes Costa, responsável pela primeira palestra do dia.
Segundo Janaína Almeida, chefe da Assessoria Especial do Gabinete da SEEDF, o objetivo do Seminário não se restringe a prevenir o uso de drogas ilícitas, “é preciso construir uma cultura de paz nas escolas. Os índices de violência são preocupantes, o que exige políticas mais sólidas. Para tanto, a SEEDF nomeou orientadores educacionais aptos para mediação dos conflitos vivenciados pela comunidade escolar”, enfatizou Janaína.
O evento é uma das ações das cinco macropolíticas do Programa EducaDF. A bandeira Educação para a paz incentiva a construção de um ambiente fraterno que contribua no processo ensino aprendizagem e na formação de cidadãos com valores. Dentre as ações já realizadas estão a implantação das escolas de gestão compartilhada e a atualização do Regimento escolar.
Para a pedagoga Rosane Alves Ribeiro, da Escola Classe 39 de Ceilândia, vivemos uma situação delicada nas escolas. “Há violência de maneira geral tanto em relação aos professores, quanto entre os estudantes. Esse projeto é de fundamental importância para nos capacitar quanto ao que fazer no enfrentamento da violência e no combate ao uso de drogas”, ressaltou.
Durante o sminário, representantes da Secretaria de Segurança Púbica apresentaram os dados referentes às ações do Batalhão Escolar de caráter preventivo, comunitário e repressivo. Somente neste semestre, foram realizadas 16,4 mil ações. Sendo que 664 ocorreram em Ceilândia.
Estiveram presentes o subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial da Sejus, Juvenal Araújo; o subsecretário de Enfrentamento às drogas da Sejus, Rodrigo Barbosa; Juciara Rodrigues, subsecretária de Apoio às Vítimas de violência da Sejus, o vice-presidente do Conselho de Políticas sobre Drogas, José Martins; o deputado distrital Reginaldo Veras e o coordenador da Regional de Ensino da Ceilândia Marcos Antônio de Souza, dentre outras autoridades.