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18/06/19 às 13h13 - Atualizado em 6/10/22 às 18h57

Estudantes do CED 04 se revelam autores de livros

Thaís Rohrer, Ascom/SEEDF

 

A liberdade de expressão foi aflorada com a produção de livros de diversos gêneros

 

 

Estudante e autor do livro A história de um garoto, José Edmilson Domingos. Foto: Mary Leal, Ascom/SEEDF.

Os estudantes do Centro Educacional 4 do Guará têm orgulho de dizer que passaram pelo ensino médio já com um livro no currículo. Cerca de 300 jovens se tornaram autores de obras literárias e participaram da mostra de lançamento, que ocorreu na biblioteca da própria escola nesta terça-feira (15/6).

 

Todos os gêneros de formatos artísticos foram permitidos na produção das histórias. Tem ficção, autobiografia, poesia, histórias baseadas em fatos reais, suspense e muito mais. A ideia da produção de obras autorais foi da professora de português Clarice Santos. O objetivo foi estimular o gosto pela leitura e escrita, bem como trabalhar a transversalidade entre as matérias do currículo escolar.

 

“Plantamos uma semente no início do ano estimulando que todos os estudantes fizessem a carteirinha da biblioteca e começassem a ler diversos de livros, apenas para que eles se familiarizarem mais com a ideia da leitura fazer parte do dia a dia. Depois, fomos introduzindo capítulos de livros de autores clássicos, como Machado de Assis e Camões, até chegar a ideia de que eles se tornassem autores de obras”, contou Clarice.

 

Os livros foram produzidos individualmente ou em grupos de até três pessoas. Assim, cada integrante teve a oportunidade de explorar suas potencialidades. Alguns se dedicaram mais à escrita, outros às ilustrações.

 

José Edmilson Domingos, 18 anos, escreveu A história de um garoto, baseado em fatos reais, em que revela uma trajetória de superação e resiliência diante de situações difíceis vividas na infância. “Eu falo da transformação que tive em minha vida, de como superei barreiras da minha infância quando sofri abusos. Sei que posso ajudar outras pessoas a partir da minha experiência de vida. Para mim, escrever esse livro foi uma oportunidade ímpar e com muito significado”, revelou Edmilson, que está no 3º ano do ensino médio e sonha cursar psicologia.

 

Os temas das obras foram diversificados. O trio Kamyla Castro, Kássia Leandra e Esther não poupou criatividade ao escrever sobre o feminismo em forma de poemas. O título A menina que não é suficiente reflete o sentimento de muitas jovens que se sentem pressionadas pela sociedade ao terem que acumular funções. A realidade de discriminação das mulheres também veio forte na temática dos poemas. Elas contaram que escrever o livro foi uma oportunidade de externar muitos sentimentos, além de mostrar ao mundo que alguns debates ainda são necessários. O trio tem forte admiração pela escritora indiana Rupi Kaur, que é fenômeno na internet e retrata temas cotidianos do ambiente feminino.

 

Temas mais leves também tiveram vez. Bruna Rodrigues escreveu um livro contando as aventuras que viveu com as amigas de infância em Minas Gerais. Ela morava na pequena cidade de Buritis até o ano passado e relembrou momentos dessa amizade. A saudade que sente das duas companheiras de peripécias veio em muitas ocasiões da narrativa. “No livro retratei situações felizes, engraçadas e de pura amizade. Tenho muita saudade e mostrei um pouco das nossas histórias, inclusive colocando cartas que trocamos”, ressaltou Bruna.

 

Valorização dos estudantes

 

Estudantes do Centro Educacional 4 do Guará têm orgulho de dizer que passaram pelo ensino médio já com um livro no currículo. Foto: Mary Leal, Ascom, SEEDF.

A maioria dos adolescentes matriculados no CED 04 do Guará são moradores da Cidade Estrutural e puderam expor nos livros muitas histórias conectadas à realidade vivida naquela região.

 

Esses meninos têm muito potencial. Tem cada material lindo nessa exposição e eles merecem ser valorizados. Muitos não enxergavam suas capacidades e o quanto podem crescer. Oportunidades como a de hoje mostram que eles podem avançar muito por mérito próprio”, destacou a professora Clarice.

 

Eu gostei muito dos livros, que trabalharam temas que vão além do desenvolvimento do português. Os estudantes colocaram muito de suas vidas nesses livros por meio de diversos assuntos, com situações reais, como bullying e feminismo. A oportunidade de sistematizar por meio dos livros a liberdade de expressão foi um projeto muito feliz da escola. Cada um retratou no gênero e formato que preferiu, ninguém ficou engessado e a criatividade fluiu”, pontuou Janaína Almeida, chefe da Assessoria Especial do Gabinete da SEEDF.

 

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