De João Gabriel Amador, Ascom/SEEDF
Educadores participaram de roda de conversa com troca de experiências
Acostumados a ensinar no dia a dia, os professores da rede pública do DF tiveram uma tarde de aprendizado na Virada Pedagógica, realizada nesta quarta-feira (20). Reunidos no auditório da Universidade Católica de Brasília, os educadores participaram de uma roda de conversa e trocaram experiências sobre Metodologia Ativa. A primeira Virada também deu destaque à educação inclusiva e integral com uma formação específica no Museu Nacional. Encontros nas 14 regionais de ensino ocorreram simultaneamente com atividades relacionadas ao tema sugerido.
Os participantes foram recebidos pelo estudante Ryan Maia, da Escola Classe 64, que, aos 7 anos de idade, já é autor de um livro infantil distribuído para 11 estados. O pequeno contou sobre a importância dos livros e o trabalho que realiza em escolas, estimulando a leitura entre os estudantes. “O livro é como uma pessoa. Você não recebe visitas em casa e fica no sofá sem dar atenção. Com o livro é a mesma coisa, é preciso ter atenção para que possa ouvir as histórias que ele tem para contar”, exemplificou Ryan, arrancando palmas da plateia.
Antes das discussões pedagógicas, os professores puderam ainda assistir a uma apresentação da Orquestra da Ação Social Comunitária (AFMA) de Samambaia. Os músicos interpretaram arranjos de músicas contemporâneas famosas, como Despacito.
Em seguida, o debate sobre o tema central foi iniciado com a apresentação em vídeo da pesquisadora Anna Penido, diretora do instituto Inspirare. A especialista destacou a importância de currículos adequados, práticas pedagógicas atualizadas e um ambiente capazes de promover atividades diversificadas e, assim, o protagonismo dos estudantes.
Após a apresentação, os professores convidados subiram ao palco para uma roda de conversa sobre o tema. A atividade contou com a participação dos educadores Carla Arena, Moacir Nardécio, Lino Ribeiro, Eloísa Pilati, Samara Brito, Yone Martins e Nair Tuboiti, especialistas nos estudos e aplicação da metodologia ativa.
Doutora em educação e professora da Escola Classe 16 de Taguatinga, Nair Tuboiti destacou a evolução no ensino e alguns pontos centrais da metodologia. “É preciso entender a sala como um microcosmo da sociedade. Devemos ensinar coisas importantes além dos conteúdos, como ganhar e perder. Para isso, os jogos são ferramentas muito interessantes, pois permitem a interação, o debate e o aprendizado em grupo. Precisamos nos acostumar com esse ‘barulho’ da aprendizagem”.
Também professora da rede, Samara Brito trouxe experiências diversas implementadas em sala de aula. “No primeiro dia letivo promovo uma aula-entrevista para saber quais assuntos eles querem estudar, além dos conteúdos tradicionais da disciplina. Assim, tento trabalhar com temas que eles gostam em momentos propícios. Hoje em dia também é possível usar o celular como ferramenta, mesmo quando não há internet. Pedi, por exemplo, que tirassem fotos dos selos do Procel dos eletrodomésticos de casa para ensinar sobre eletricidade na aula de Física”, exemplificou a educadora.
Os professores presentes interagiram com os especialistas por meio de postagens em tempo real em uma página do evento. Assim, de forma dinâmica, os convidados puderam tirar dúvidas e explicar melhor o assunto abordado.
A edição da Virada Pedagógica foi finalizada com uma apresentação da Escola de Música de Brasília, incluindo uma ária da ópera Carmen, do compositor francês Georges Bizet.
O Museu Nacional ficou lotado na ação da Virada Pedagógica voltada para o ensino especial e integral. Cerca de 1.200 profissionais da rede pública participaram deste evento destinado às equipes especializadas de apoio à aprendizagem, professores de centros de ensino especial, das salas de recursos, das classes especiais e docentes itinerantes.
“Foi um espetáculo essa Virada. Não tenho palavras para descrever os momentos vividos. Enxergamos que tudo é possível! Observamos que nossos estudantes têm grandes possibilidades de crescimento. Nosso objetivo é colocar a educação inclusiva num patamar de excelência. Vou parafrasear uma amiga que diz que a deficiência não existe. O que existe são potencialidades a serem desenvolvidas”, frisa Vera Barros, futura subsecretária da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin) da SEEDF.
O tema da Virada Pedagógica – “Ser capaz de utilizar metodologias ativas” – foi colocado em prática no evento. Os servidores foram convidados a conduzir ações e atividades durante o encontro. Eles puderam vivenciar situações com objetivo de mostrar o professor como um facilitador do processo de aprendizagem, de modo que o papel de protagonista seja do estudante.
A ideia foi que todos que participaram do evento passassem por vivências de aprendizagem ativas, em que aspectos da cognição e sentimentos fossem aflorados para ajudar na internalização dos conhecimentos.