Oficinas são ministradas por profissionais que contribuíram para a história do canal de música
Por Fernando Jordão, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno
Boa parte dos estudantes do Centro Educacional 3 de Sobradinho sequer era nascida na época em que jovens de todas as idades paravam tudo o que estavam fazendo para acompanharem os lançamentos de videoclipes na MTV. Hoje, esses alunos têm a oportunidade de aprender e de fazer os próprios vídeos, sob supervisão de profissionais que contribuíram para a história do canal de música.
A 7ª edição do Projeto MTV nas Escolas — iniciativa que conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa — começou no último dia 19, no CED 3. São duas semanas de oficinas no contraturno, das 14h às 18h. Na primeira, os 16 alunos selecionados têm aulas teóricas, com noções de fotografia, filmagem e edição. Na segunda, eles usam os conhecimentos para produzirem o videoclipe de um artista local. Neste ano, as escolhidas foram as irmãs da dupla Margaridas.
Os responsáveis por ministrar as oficinas são o fotógrafo Cadu Andrade — que já produziu videoclipes de artistas locais e fotografou eventos como o Rock in Rio — e o fotógrafo e videomaker Lourenço Fabrino, conhecido na cena artística como Luringa — nome por trás de videoclipes de Fresno, NX Zero e Strike, bandas bem presentes na antiga programação da MTV.
“A gente faz uma coisa bem básica, mas abrangente que possa, no mínimo, despertar a curiosidade desses alunos para uma futura profissão. A ideia não é formar um mega câmera, um mega fotógrafo — embora sempre tenha um ou outro que se destaque —, mas a ideia é despertar isso neles”, comenta Luringa. “Os alunos fazem tudo, desde o processo de filmar até o de editar. A gente não encosta em equipamentos na hora do clipe. A gente mostra para eles tudo como faz, mas na hora de gravar, quem grava são eles. A gente dá uns toques, mas quem faz são eles, eles botam a mão na massa.”
Esse tipo de iniciativa tem o potencial de educar e capacitar os jovens, podendo até mesmo levá-los a descobrir a vocação para o exercício de uma profissão no futuro.
O secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes, também exalta o potencial da iniciativa de ampliar o horizonte dos jovens. “É com orgulho que a Secretaria de Cultura está apoiando o Projeto MTV nas Escolas por meio do Fundo de Apoio à Cultura. Esse tipo de iniciativa tem o potencial de educar e capacitar os jovens, podendo até mesmo levá-los a descobrir a vocação para o exercício de uma profissão no futuro. Tenho certeza de que está sendo muito proveitoso para os participantes”, pontua.
Estudante da 3ª série do Ensino Médio, Matheus Silva, 18 anos, é um desses alunos que, a partir do projeto, passou a enxergar o audiovisual como opção. “Antes eu gostava praticamente só de Matemática. Até me interessava por Geografia e outras matérias, mas eu sou de exatas. Só que, por meio desse curso que acabei frequentando, surgiu uma hipótese de, quem sabe, no futuro, me tornar um ator ou até então atrás das câmeras. É uma hipótese que estou considerando”, conta. “É legal para incentivar os alunos a tentarem até mesmo possíveis novos caminhos”, completa.
á Éllida Tavares, 16 anos, que está na 2ª série do Ensino Médio, sempre teve gosto pela área, mas não havia tido, até então, a chance de aprofundar seus conhecimentos: “Eu gosto muito de edição de vídeo, já quis fazer cinema, já quis fazer videoclipes, gravar, tirar foto… Foi uma coisa que sempre me interessou, desde criança eu sempre gostei disso, eu só nunca tive a oportunidade de trabalhar melhor. E aí, quando apareceu essa oportunidade, eu não pude perder, porque é uma oportunidade incrível e não há outra igual”.
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A empolgação também alcança as irmãs Maria Paula e Sabrina Soares, que formam o duo Margaridas — escolhidas para estrelar o videoclipe que será produzido pelos estudantes. “A gente está muito animada, porque trabalhar com adolescentes é muito interessante, eles estão muito animados também e isso está deixando a gente bem ansiosa, com muita vontade de fazer acontecer. E vai ficar muito lindo, muito chique, diferente dos nossos outros trabalhos”, celebra Maria Paula. “Os professores pediram para a gente dar uma pensada, ter algumas ideias e as ideias dos alunos foram melhores do que as nossas. Então, acho que ficou bem complementado, bem legal, estou muito ansiosa e muito feliz por estar participando do projeto”, arremata Sabrina.