Cursos técnicos e de qualificação profissional contam com 14,4 mil estudantes atendidos no Distrito Federal
Por Fernando Jordão, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger
Renata Brandão, 27 anos, tinha o sonho de abrir o próprio negócio. Foi quando soube, há um ano, que a Escola Técnica de Santa Maria estava oferecendo um curso de marketing. Antes mesmo da formatura, a pizzaria dela já estava em funcionamento. “Aprendi demais. Eles aprofundam mesmo no curso, você não vai aprender só por fora. Eles colocam você para fazer a teoria e a prática, tudo junto”, relata. “Entrei aqui dona do lar e saí empresária.”
A história de Renata é apenas uma entre inúmeros casos de sucesso da educação profissional e tecnológica no Distrito Federal. Atualmente, 18 escolas oferecem cursos de educação profissional, com 14,4 mil estudantes atendidos. As duas unidades mais novas dedicadas ao segmento são a de Santa Maria, entregue em 2023, e a Escola Técnica de Brazlândia, inaugurada em 2021. Na construção de ambas, o Governo do Distrito Federal (GDF) investiu R$ 30,6 milhões. Até o fim do ano, está prevista a entrega de mais um Centro Profissional Técnico, no Paranoá.
“A educação profissional é fundamental por vários motivos. Um deles é que ela prepara o estudante com as habilidades que ele precisa para enfrentar o mundo do trabalho. Outro é o desenvolvimento econômico. Ela forma um profissional qualificado, o que fortalece a economia. Tem também a adaptação técnica: ela mantém os alunos sempre atualizados com as tecnologias que são utilizadas. E a inclusão social, pois oferece oportunidade de qualificação a pessoas de diferentes contextos socioeconômicos, promovendo a igualdade”, aponta o diretor-substituto de Educação Profissional e Tecnológica da Secretaria de Educação do DF, James Duílio.
Todos os cursos ofertados são gratuitos. Eles podem ser de três tipos, com cargas horárias que variam de 160 horas a 1.200 horas: técnico de nível médio, especialização técnica e qualificação profissional. Para se inscrever, é necessário estar atento aos prazos, divulgados nas unidades e no site da Secretaria de Educação do DF. A idade mínima para participar é de 14 anos, mas não há limite máximo.
Iraídes Lopes, por exemplo, tem 70 anos. Ela acaba de concluir o curso de marketing e já está inscrita em mais um, de informática. Combinados, os dois vão ajudá-la a vender suas peças de artesanato na internet.
“Eu resolvi fazer um curso diferenciado para aumentar o meu currículo, que já é rico, graças a Deus. Mas eu pretendo estudar sempre, porque, com a idade que eu tenho, todo mundo diz: ‘Ah, já está velha, está acabada’. Eu não acho, não. Eu acho que velhice existe na cabeça de quem é jovem, que tem a velhice na cabeça. Agora eu não tenho, serei eternamente jovem. E aprendiz, porque estou sempre aprendendo. Estou sempre buscando cada vez mais e melhor. A minha vida é um eterno aprendizado”, afirma.
As aulas para o segundo semestre de 2024 começam no próximo dia 29. Otávio Rocha, 61, estará entre os alunos. Ele também fez o curso técnico de marketing e, agora, volta para cursar programação de dispositivos móveis. “Um novo curso para se profissionalizar, ingressar no mercado de trabalho. É um nível alto da Escola Técnica de Santa Maria. É uma oportunidade aqui na cidade de se qualificar, estar atualizado para o mercado de trabalho.”
A rápida inserção desses estudantes no mercado de trabalho, aliás, é um dos resultados que impressiona a vice-diretora da Escola Técnica de Santa Maria, Deise Pereira, que destaca que a unidade é “um sonho de 20 anos”. “É uma comunidade que era muito carente em relação a isso. Então, desde o primeiro momento, quando a gente observou alguns alunos, como eles se destacam, têm um olhar diferenciado… Isso nos deixou muito felizes. A oportunidade que eles estão tendo e que outros terão, para nós, é uma realização”, celebra.