Divulgado nesta quarta, estudo buscou compreender o perfil desses profissionais
Por Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo
O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), por meio da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais, apresentou na manhã desta quarta-feira (26) os resultados da pesquisa Educação inclusiva no Distrito Federal: o papel dos educadores sociais voluntários. O estudo buscou compreender o perfil desses profissionais, seus incentivos para o ingresso e permanência no programa, além dos desafios para o desempenho da função.
O evento contou com a participação de representantes do IPEDF e das secretarias de Educação (SEE) e Extraordinária da Pessoa com Deficiência (SEPD). A diretora de Estudos e Políticas Sociais do instituto, Marcela Machado, comentou sobre o levantamento: “A pesquisa traz informações inéditas sobre esse ator que cumpre um papel crucial na educação inclusiva no DF, que é o educador social voluntário. É nosso papel enquanto instituto de pesquisa trazer informações sobre fenômenos sociais que demandam explicações e investigações, para permitir que o poder público possa agir de maneira focalizada”.
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Os dados revelam que 83,5% dos educadores sociais voluntários (ESVs) são mulheres, enquanto 14,8% são homens. A faixa etária predominante é de 30 a 49 anos, representando 53% dos respondentes, enquanto apenas 2% têm 60 anos ou mais. Em termos de etnia, 55% se identificaram como pardos, 24,8% como brancos e 17,3% como pretos, com uma pequena porcentagem de indígenas (0,5%).
A maioria dos ESVs possui formação nas áreas de ciências humanas, linguística, letras e artes (67%), seguidos por ciências exatas e biológicas (6% cada), engenharia/tecnologia (6%) e ciências agrárias (1%). Além disso, 57% dos respondentes não possuem outra ocupação além de educador social voluntário.
As motivações para atuar como ESVs variam, com 29% mencionando a experiência pessoal com crianças e/ou adolescentes com deficiências e transtornos, 24% buscando uma oportunidade profissional e 16% querendo aplicar os conhecimentos obtidos na universidade. A necessidade financeira e a busca por experiência profissional também são citadas como motivações significativas.
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Os educadores voluntários indicaram níveis variados de escolaridade, com a maioria tendo ensino superior completo (41,5%) ou pós-graduação (22,1%). Quanto aos alunos assistidos, os tipos de deficiências mais comuns incluem transtornos do espectro autista (82%), deficiências mentais (50%), físicas (45%), visuais (13%) e auditivas (13%).
As atividades dos ESVs abrangem diversos aspectos do dia a dia escolar, como auxílio em sala de aula (89%), atividades recreativas (77%), locomoção (73%), refeições (69%) e higienização (67%), entre outras. No entanto, eles enfrentam desafios, como falta de materiais adequados (40%), equipe técnica e apoio insuficientes (40%), alto número de alunos por classe (54%), e projetos pedagógicos que não contemplam a inclusão (22%).
Ao serem questionados sobre como melhorar as condições de trabalho, os ESVs apontaram a necessidade de aumento do valor do ressarcimento por turno (80%), oferta de cursos de capacitação (81%) e maior número de educadores sociais voluntários em cada sala/escola (59%).
A pesquisa utilizou métodos quantitativos e qualitativos, incluindo surveys, grupos focais e entrevistas com gestores da SEE e diretores de escolas públicas. Esses resultados fornecem uma visão detalhada sobre o perfil e os desafios enfrentados pelos educadores sociais voluntários, destacando áreas que merecem maior atenção para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes em educação inclusiva.
*Com informações do IPEDF