João Gabriel Amador, Ascom/SEEDF
Modalidades pouco difundidas crescem entre os estudantes
O Distrito Federal conseguiu bons resultados na última edição dos Jogos Escolares da Juventude, realizados mês passado em Natal. No total, a delegação brasiliense conquistou 38 medalhas incluindo as faixas de 12 a 14 anos e 15 a 17 anos. Mas apesar de não chegarem ao pódio, outras modalidades, menos conhecidas entre os estudantes, tiveram destaque nos jogos.
É o caso do ciclismo, que contou com quatro atletas na competição. Um deles é Douglas Emanuel, de 14 anos, que acabou com a 6ª posição em sua categoria. O jovem estuda no Centro Educacional São Bartolomeu, em São Sebastião, e teve contato com a modalidade por meio do Centro de Iniciação Desportiva (CID) da região. “Antes eu fazia atletismo, mas fiquei interessado pelo ciclismo porque lembra um pouco a infância, quando andava de bicicleta”, relembra o estudante.
O que era uma brincadeira tornou-se uma oportunidade. Douglas atualmente treina três vezes na semana e acredita que os Jogos Escolares são apenas o começo de sua trajetória no esporte. “Acho que tenho condições de conquistar uma posição melhor ano que vem. Minha intenção é continuar treinando firme para quem sabe me tornar um atleta profissional”, afirma.
Se depender do professor, Claúdio Civatti, os objetivos serão alcançados e podem inspirar outros estudantes. “É um trabalho de formiguinha, sempre tem um que traz um amigo e pouco a pouco a modalidade atrai mais interessados. Acreditamos que teremos cada vez mais estudantes capacitados para as competições”, aponta o treinador.
Os treinos do CID de Ciclismo ocorrem no Ginásio São Bartolomeu, em São Sebastião. A modalidade também é desenvolvida no CID de Sobradinho.
Outro esporte pouco conhecido, mas que já mostra grande potencial, é o badminton. A modalidade, que lembra uma mistura de tênis com a tradicional peteca, tem atraído diversos alunos para o CID da Candangolândia, como conta o professor Guilherme de Brito Castro. “Hoje temos seis turmas cheias, que incluem os pequenos do ensino fundamental e também os adolescentes do ensino médio. Muitos deles deixam modalidades mais tradicionais e acabam se interessando por esse esporte diferente”, relata.
A estudante Yara Julia de Oliveira, de 16 anos, é uma das que deixou outro esporte para se dedicar ao badminton. “Eu fazia vôlei, mas durante uma viagem vi algumas pessoas jogando com as raquetes e me interessei. Um dia o professor Guilherme foi à minha escola e descobri que podia praticar aqui”, relembra a aluna do Centro de Ensino Médio Juscelino Kubitschek.
Após três anos de treinamento, Yara conseguiu chegar ao 4º lugar nos últimos Jogos Escolares da Juventude. Por estar terminando o Ensino Médio, ela não poderá participar da próxima edição. Mas isso não a desanima. “Vou continuar treinando para jogos universitários e profissionais”.
O exemplo de Yara é seguido pelos atletas mais novos, como Gabriela Ramos, de 14 anos, que participou neste ano pela primeira vez dos Jogos Escolares. “Foi uma experiência incrível. Agora é continuar treinando para evoluir cada vez mais”, conta a estudante que ficou com a 6ª colocação na competição de duplas.
Para o professor, a tendência é que o desempenho dos atletas seja cada vez melhor, tanto dentro quanto fora das quadras. “É um jogo que exige foco e paciência. Qualidades que são desenvolvidas e aplicadas também na escola e em outras atividades”, aponta o treinador.
Os Centros de Iniciação Desportiva (CID) objetivam proporcionar aos alunos da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal o conhecimento técnico e tático de diferentes modalidades esportivas, buscando identificar diferentes aptidões e interesses dos estudantes, ampliando o processo de seleção e formação de futuros atletas.
Os centros estão localizados em 14 regiões administrativas do DF e têm a função de ofertar a iniciação, o aperfeiçoamento e o treinamento nas modalidades Futsal, Futebol de Campo, Handebol, Voleibol, Basquetebol, Badminton, Tênis de Mesa, Xadrez, Judô, Capoeira, Ciclismo, Atletismo, Luta Olímpica, Ginástica Artística e Ginástica Rítmica.
As atividades são gratuitas e exclusivas para os alunos da rede pública de ensino, acontecendo em turno contrário ao das aulas regulares.