SEEDF orienta os profissionais da rede a acolher devidamente os alunos durante a mudança
Soraia Cantanhede, Ascom/SEEDF
O final de um ano letivo e o começo de um novo representa um desafio para muitos alunos da Educação Básica. Algumas vezes. a mudança inclui uma nova escola, uma nova rotina escolar, novos colegas e professores. Este processo tem nome, é chamado de transição escolar, e estratégias pedagógicas são feitas nas escolas da rede pública de ensino para o devido acolhimento dos estudantes nesse processo transitório, seja de mudança de escola ou etapa escolar.
Para orientar os profissionais da rede pública de ensino do DF, a Secretaria de Educação elaborou o Caderno Orientador – Transição Escolar: trajetórias na Educação Básica do Distrito Federal, que apresenta diretrizes e sugestões, didaticamente organizadas, com a intenção de institucionalizar ações referentes a esta temática, tendo em vista uma educação acolhedora, sustentável e efetiva no âmbito da rede pública de ensino do Distrito Federal.
A transição acontece da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, dos anos iniciais, 5º ano, para os anos finais, a partir do 6º ano, do Ensino Fundamental para o Ensino Médio e as escolas públicas do DF costumam fazer, no final do ano letivo, ações pedagógicas para preparar os alunos.
Visitas contextualizadas na escola subsequente , conversas com professores da escola subsequente ou que receberá os estudantes, rodas de conversas e tira dúvidas são as ações mais comuns realizadas pelas escolas nessa fase de mudanças.
—
❝O avanço de uma etapa escolar para outra representa a evolução das aprendizagens dos estudantes e o encontro com o novo. Novos professores, novos colegas, novos espaços! ❞ Iêdes Soares Braga
|
Na Coordenação Regional de Ensino do Núcleo Bandeirante, por exemplo, quando a transição acontece dentro da mesma unidade escolar, no caso dos Centros Educacionais (CED), são feitas orientações, informativos, reuniões com pais e responsáveis para que, junto com os estudantes, eles compreendam a importância de participação da família nesse processo.
No caso das escolas classe e centros de ensino fundamental, são feitas orientações, conversas junto à comunidade e, sempre que possível, contato entre as unidades escolares pra trocas de experiências.
“O avanço de uma etapa escolar para outra representa a evolução das aprendizagens dos estudantes e o encontro com o novo. Novos professores, novos colegas, novos espaços! Neste contexto, torna-se fundamental o desenvolvimento de ações que venham contribuir para a melhor adaptação dos estudantes a fim de que se sintam acolhidos e encorajados a seguir, com sucesso, todo o seu percurso escolar” afirma a subsecretária de Educação Básica da SEEDF, Iêdes Soares Braga.
A temática transição escolar ganhou espaço nas discussões e nos estudos educacionais, especialmente pela possibilidade de sua relação com a reprovação e com a evasão escolar, evidenciando a necessidade de ações que viabilizem minimizar os possíveis impactos decorrentes da transição entre as etapas e modalidades da escolarização, bem como de outras formas de transição que ocorrem no espaço escolar.
Por isso, o manual traz orientações e dicas práticas sobre os diferentes processos de transição que acontecem dentro do ambiente escolar, uma vez que as transições não se referem apenas ao início ou ao final de um ano letivo, mas ocorrem constantemente em diversos momentos, por exemplo, com a chegada de um novo estudante ou na mudança da Educação Infantil para o Ensino Fundamental.
No caso dos estudantes da Escola Classe 03 de Ceilândia a mudança inclui uma escola nova. Eles estão terminando o 5º ano e, ano que vem, vão estudar no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 16, também em Ceilândia. Na manhã da última quarta-feira (7), os alunos que farão o 6º ano em 2024 fizeram uma visita guiada pela nova escola.
A visita teve como objetivo ambientar os alunos com a nova escola, bem como ajudá-los a compreenderem suas novas responsabilidades e deveres, avançando para uma nova fase de suas vidas.
Muitos pais foram acompanhar os filhos nessa transição. Denilson Pereira Rodrigues Cardoso é pai do Artur, aluno do 5º ano.e revelou certa emoção e expectativa para essa mudança na vida do filho. “Para ele (Artur) é uma novidade. Agora ele vai sair de um professor regente e terá vários professores, então ele está muito ansioso e a gente está procurando fazer essa escolha da melhor maneira. Ele tem muitos colegas que vão vir pra cá, além disso, essa nova escola fica mais próxima da nossa casa e tudo isso conta”, disse.
A transição escolar é um momento em que os estudantes começam a entrar em uma etapa mais desafiadora de suas vidas, como destacou Kelly Patrícia Menezes de Souza, coordenadora da EC 03 de Ceilândia: “Para as crianças, é uma nova etapa, é uma mudança que vai acontecer na vida deles. Afinal, na Escola Classe, eles são acostumados a ter um professor, com dinâmica própria. E agora, eles vão para uma escola maior, com estudantes maiores, vão aumentar a quantidade de professores e novas disciplinas. Então, é importante acontecer esse projeto para que eles não sofram esse impacto de uma vez. Não é mais a tia, agora são professores. E é importante eles terem essa vivência, esse conhecimento do novo, do que virá.”
Se, para alguns alunos, o clima é de nervosismo com a nova escola, para outros, a mudança significa evolução e crescimento. É o caso de Ângelo Gabriel Gonzalez Rodrigues, 11 anos. “Para mim, essa mudança é parte da nossa evolução, porque nós estamos no 5º ano e agora vamos para o 6º, isso é ter sucesso, né?! E vir aqui hoje, conhecer minha próxima escola, me deixou bem tranquilo, porque ela é grande e bonita, além da quadra de esportes que é grande também e muito legal”, completou.
A turma foi recebida pela pedagoga do CEF 16 de Ceilândia, Denise Vilar, que realizou um passeio por todas as partes da escola, mostrando as áreas comuns e as salas de aula, criando um clima de cordialidade entre os futuros membros da unidade.
Na ocasião, a pedagoga mostrou os projetos que a escola desenvolve e apresentou um vídeo aos alunos, bem como explicou a rotina da escola e as pessoas que dela fazem parte. “A transição escolar é um momento cheio de novidades e, por isso, pode ser desafiador para as crianças. São muitas as mudanças, como novas amizades, professores, ambientes e responsabilidades. Tudo isso se transforma num enorme processo de aprendizado e descobertas”, enfatizou a pedagoga.